Apontado como mandante de 50 mortes, Charada criou loja virtual de drogas e queria explodir traficante rival, diz polícia


Criminoso é apontado como articulador da maioria das mortes registradas em Palmas em 2023. Ele foi preso no Rio Grande do Sul durante a operação Gotham City, da Polícia Civil. Loja virtual do criminoso para vender drogas
Reprodução
O perfil meticuloso e empresarial fez o criminoso conhecido como Dad Charada crescer rápido na hierarquia de uma facção criminosa, segundo investigação da Polícia Civil. Ele é apontado como articulador da maioria das mortes registradas em Palmas em 2023 e queria matar um rival com uma bomba.
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O advogado Zenil Drumond, que representa o suspeito, afirmou que não teve acesso à maioria dos inquéritos contra o cliente, que correm em segredo de justiça. Afirmou que quanto ao mandado que originou a captura ele é inocente. (Veja a nota completa abaixo)
A onda de assassinatos teria começado, segundo a polícia, porque Charada trocou de facção nos últimos anos e acirrou uma guerra econômica e por território. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) atribui mais de 60% das mortes à essa guerra de facções.
Apesar disso, levantamento feito pelo g1 com dados da própria SSP, apontaram que mais da metade das vítimas de homicídio até 15 de maio não tinham passagem pela polícia.
Ao mudar de facção, Charada passou a aplicar táticas de marketing digital para vender as drogas em Palmas. Interceptações de mensagens mostram que o grupo tinha aberto lojas virtuais e tinham até uma central de atendimento ao cliente.
Conversas em aplicativo mostram funcionamento de loja virtual de drogas
Reprodução
Nas redes sociais a polícia encontrou tabelas com o preço das drogas. Em uma das conversas, Charada questiona a um comparsa a demora em fazer publicações nas redes sociais.
“Não esquece dos seus compromissos com a lojinha. Prioriza isso hoje. Pra eu tá fazendo o marketing hoje [sic]. A lojinha tem 3 dias que não posta nada. O engajamento tá caindo”, afirma.
O grupo tinha outras estratégias como cartão fidelidade para os usuários e até venda de camisas com a identidade visual do grupo.
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Altamente perigoso
A investigação apontou que o criminoso seria responsável por articular pelo menos 50 mortes e planejava matar mais 100 rivais até o fim do ano. Ao trocar de facção criminosa ele teria informações privilegiadas sobre os antigos comparsas.
Charada também teria planos de matar outro traficante com uma bomba.
“Ele tinha o plano de matar outro importante traficante da facção paulista. Ele ia colocar uma bomba e detonar por controle remoto. Ele realmente queria causar o caos na cidade. É uma prisão muito importante e a gente espera que os números de índice de criminalidade voltem à normalidade”, comentou o delegado Eduardo Menezes.
Segundo a polícia, o suspeito também teve envolvimento com uma série de ataques a ônibus do transporte público. Essa foi a forma utilizada para criar o caos e conseguir escapar da polícia.
“Estava sendo perseguido pela PM e ordenou aos comparsas que chamassem atenção dos órgãos de segurança pública no plano diretor para tirar o foco do setor sul da capital onde estava escondido”, disse o delegado Thyago Bustorff, durante coletiva feita pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) nesta quarta-feira (12).
Criminoso foi preso no Rio Grande do Sul e transferido para Palmas
Dicom/SSP/Divulgação
A prisão
Dad Charada tinha fugido para o Rio Grande do Sul e conseguiu emitir documentos com outro nome. Ele até marcou uma audiência na Polícia Federal para tentar emitir um passaporte. O objetivo seria fugir para Portugal.
Ele foi preso pela Polícia Civil nesta semana durante a operação Gotham City, em um inquérito que investiga a morte de Wenesph Freitas da Silva, de 30 anos, e Giovanna Alessandra Ribeiro da Silva, de 23 anos. Outros dois suspeitos do mesmo crime também estão presos.
Após a prisão ele foi transferido para Palmas.
O que diz a defesa
Primeiramente, a defesa esclarece que a advocacia é um sacerdócio, que prestamos um trabalho técnico na defesa de nossos constituintes, que não escolhemos causas para defender, que somos norteados pelo vício da defesa.
Quanto aos fatos que são imputados ao nosso cliente, esclarecemos que a maioria dos inquéritos nos quais ele está indiciado, estão em segredo de justiça graus 3 e 4, que ainda não tivemos acesso, e que por esse motivo, neste momento é prematura a eleição de tese de defesa, sendo necessário total e irrestrito acesso aos autos.
Quanto ao mandado de prisão que originou a captura de nosso cliente, esclarecemos que o mesmo é inocente, que entre os supostos autores, existem mais dois investigados, que supostamente atuaram na execução do crime, não tendo nada em concreto contra nosso cliente.
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